“A fáscia é a morada da alma”, já afirmava Andrew Taylor Still, ao mencionar a importância de conhecer e tratar este tecido. Na época, em meados de 1874, o criador da osteopatia enfatizava que para encontrarmos a causa de algumas alterações é preciso buscá-la na fáscia.
Ao explicar o que é o sistema fascial, Carla Stecco descreveu-a como uma substância membranosa e extensa que liga e coordena todos os tecidos e estruturas do corpo, possuindo uma variedade de funções de coordenação, de cinestesia, de suporte, de dinâmicas de fluidos; assim como na coordenação mecânica de padrões motores no campo musculoesquelético e em processos neuro-hormonais e imunitários.
Ou seja, a fáscia é um tecido de conexão que envolve todo o corpo, de forma intracelular e extracelular, atuando como uma verdadeira rede que recobre e penetra nos diferentes tecidos e órgãos, permitindo considerar o corpo uma unidade funcional.
Leon Chaitow destaca algumas funções do sistema fascial, tais como:
- Unir, comprimir, proteger, envolver e separar os tecidos, revestindo e conectando estruturas, fornecendo um sistema de transmissão de forças e comportamentos tensionais.
- Facilita o deslizamento entre tecidos e é resiliente, retornando a sua forma e posição inicial depois de sofrer uma deformação elástica.
- É funcional, dinâmica e ativa.
- De acordo com John Sharkey, a fáscia possibilita a nossa integridade estrutural.
Cada vez mais, os avanços na medição ultrassonográfica, bem como na histologia, contribuem para o aumento dos estudos relacionados à fáscia. Hoje em dia, sabemos que ela é composta por 1) uma rede de fibras de colágeno, formando a estrutura tridimensional primária; 2) micro fibrilas de elastina que em conjunto com o item 1 formam a estrutura resistente da fáscia; 3) substância fundamental, também conhecida como material amorfo; e 4) fluido intersticial.
Por ser uma estrutura muito complexa e em grande parte líquida, o sistema fascial necessita de um comportamento físico ativo e saudável para preservar as suas funções. Estudos apontam que padrões posturais mantidos por muito tempo, ferimentos e a falta de movimento podem gerar um enrijecimento da fáscia, podendo causar sintomas de dor e outras disfunções.
Por isso, é importante conhecer a anatomia fascial para o tratamento dos músculos e das articulações, principalmente identificando quando o sistema apresenta funções limitadas ou prejudicadas. A importância de considerar esse tecido na osteopatia é indiscutível para alcançar os objetivos terapêuticos desejados na restauração das funções fasciais.
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Referências bibliográficas
Stecco C, Macchi V, Porzionato A, Stecco A et al. 2010 The ankle retinacula, morphological evidence of the proprioceptive role of the fascial system, Cells Tissues Organs192:200-210.
SHARKEY, J. Biotensegrity-Anatomy for the 21st Century Informing Yoga and Physiotherapy Concerning New Findings in Fascia Research. Journal of Yoga and Physiotherapy, v. 6, n. 1, 2018.
CHAITOW, L. Terapia Manual para disfunção fascial. Tradução: Maria da Graça Figueiró da Silva Toledo. Revisão técnica: Silviane Vezzani. Porto Alegre, Artmed Editora, 2017a.
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